No dia 29 de setembro, às 11 horas da manhã, o Estádio Alfredo Schurig, mais conhecido como Fazendinha, recebeu um jogo importante para as Brabas. Era o último confronto da primeira fase do Campeonato Paulista 2024 e o objetivo era claro: uma vitória com goleada de pelo menos sete gols para garantir o topo da tabela. Com uma formação recheada de novidades e jogadoras que retornavam de lesão, o Corinthians entrou em campo com uma missão difícil, mas não impossível.
O placar final de 5x0 contra o São José foi uma vitória convincente, mas longe de ser suficiente para o que as Brabas realmente precisavam. Apesar de dominarem o jogo de ponta a ponta, criando inúmeras oportunidades e mantendo as adversárias acuadas, faltou um toque a mais de precisão nas finalizações e talvez, um pouco mais de velocidade para transformar o massacre em números que valessem a liderança da fase. As dificuldades naturais de uma equipe formada por jogadoras sem tanto ritmo de jogo e outras voltando de longos períodos de inatividade também pesaram no resultado.
Escalação e Análise Individual
Lelê (12): Retornando de uma ruptura de ligamento cruzado anterior, Lelê fez sua primeira aparição na temporada. Uma estreia aguardada, mas marcada pela falta de ritmo. Errou em uma saída de escanteio, mas no restante do jogo foi praticamente uma espectadora de luxo. Bem-vinda de volta, Lelê!
Letícia Santos (02): Foi sólida na marcação, fechando bem o lado direito e neutralizando qualquer tentativa de avanço do São José. No entanto, apoiou pouco no ataque, talvez para se resguardar defensivamente.
Érika (99): Uma atuação segura na defesa, e ainda deixou sua marca no ataque participando de lances de perigo em bolas paradas. Mostrou que é essencial na bola aérea, mas, em termos de trabalho defensivo, pouco teve que se preocupar. Marcou 1 gol.
Dani Arias (16): Forte e comprometida defensivamente, mas os erros de cobertura ainda são um problema a ser corrigido. Felizmente, não foi um jogo que testasse muito esses limites.
Yasmim (71): Atacou com vontade, com cruzamentos precisos e boas jogadas pela esquerda. Não teve obrigações defensivas, o que facilitou sua liberdade para ir ao ataque.
Carol Tavares (13): Uma verdadeira muralha. Anulou as tentativas adversárias e fez um trabalho exemplar na contenção. Sua saída foi sentida no meio de campo.
Gih Fernandes (23): A precisão nos passes é uma das suas qualidades mais marcantes. Controlou o ritmo do meio de campo, mas em algumas ocasiões perdeu a bola em zonas perigosas. Marcou 1 gol.
Gabi Zanotti (10): Um show de categoria e visão de jogo. A camisa 10 colocou duas bolas na trave e distribuiu passes precisos. Mesmo sem marcar, foi a maestra que sempre esperamos.
Carol Nogueira (77): A melhor em campo no primeiro tempo. Usou a velocidade para infernizar a defesa adversária, criando oportunidades e contribuindo diretamente para o primeiro gol.
Fernanda (22): Marcou, lutou e buscou o gol incessantemente. Às vezes toma decisões precipitadas, mas sua entrega compensa qualquer erro. Marcou 1 gol.
Jhonson (40): Demorou a entrar no ritmo do jogo, mas quando o fez, mostrou a qualidade que esperamos de uma centroavante. Marcou seu gol com muita força e foi importante na construção ofensiva. Marcou 1 gol.
Substituições:
Rillary (32) (Entrou no lugar de Lelê): Teve uma partida tranquila, praticamente não foi exigida durante o segundo tempo. Mesmo assim, se manteve atenta e segura quando foi acionada nas saídas de bola. Rillary teve apenas três interações durante o jogo, e em todas mostrou confiança e boa comunicação com a defesa.
Isabela (6) (Entrou no lugar de Yasmim): Ativa e participativa no ataque, Isabela se destacou pelo apoio ofensivo constante. Jogou praticamente como uma ponta, criando boas oportunidades e utilizando a velocidade para quebrar a linha defensiva do São José. Sua assistência no gol de Ellen coroou uma atuação dinâmica e eficiente no setor esquerdo.
Eudimilla (11) (Entrou aos 14 minutos no lugar de Gabi Zanotti): Eudimilla não conseguiu mostrar todo o seu potencial. Pareceu hesitante em alguns momentos e errou muitos passes importantes no meio de campo, prejudicando a fluidez das jogadas. Ainda precisa encontrar seu ritmo dentro da equipe para atuar com mais confiança.
Duda Mineira (33) (Entrou aos 14 minutos no lugar de Dani Arias): Segura na defesa e com boa presença ao lado de Érika, Duda Mineira ajudou a fechar as investidas adversárias. Demonstrou calma e leitura de jogo, complementando a zaga com eficiência. Faltou um pouco mais de proatividade para avançar em algumas jogadas, mas no geral teve um desempenho sólido.
Paulinha (21) (Entrou aos 25 minutos no lugar de Letícia Santos): Paulinha foi um dos pontos fortes na defesa após a sua entrada. Mostrou boa visão para interceptar as tentativas de ataque do São José e ainda conseguiu apoiar o ataque em algumas ocasiões. Fez uma partida equilibrada e manteve o lado direito seguro.
Ellen (47) (Entrou aos 25 minutos no lugar de Carol Nogueira): Ellen foi uma peça interessante na reta final do jogo, aparecendo bem nas finalizações e mantendo presença na área adversária. Conseguiu marcar um gol e mostrou bom posicionamento. Sua participação foi essencial para manter a pressão ofensiva das Brabas. Marcou 1 gol.
Marussi (26) (Entrou aos 36 minutos no lugar de Carol Tavares): Mesmo com pouco tempo em campo, Marussi manteve o ritmo forte da marcação. Não deixou as adversárias respirarem e fechou bem as tentativas pelo meio. Com energia e boa disposição, segurou o meio-campo e ajudou a manter a posse de bola no campo ofensivo.
Desenvolvimento do Jogo – Primeiro Tempo
O jogo começou com um Corinthians sufocante, que imprimiu um ritmo forte desde os primeiros segundos. Logo nos minutos iniciais, Fernanda e Zanotti carimbaram a trave, um sinal do que estava por vir. O São José, por sua vez, limitou-se a se defender e explorar alguns escanteios que não levaram perigo.
O primeiro gol veio aos 21 minutos, em um lance de insistência de Fernanda, que precisou de duas tentativas para balançar as redes. Depois disso, o domínio continuou, mas as finalizações teimavam em não entrar. Só aos 37, após um escanteio de Yasmim, Érika subiu bem e Jhonson completou com um chute potente para fazer o 2x0.
Segundo Tempo – Pressão e Persistência
No segundo tempo, com algumas mudanças e a sensação de que a goleada poderia vir, o Corinthians manteve a postura ofensiva. Mesmo com um ritmo um pouco mais lento, o controle total do jogo permaneceu. As jogadoras que entraram conseguiram manter a pressão, mas o número de gols necessários parecia distante.
Gih Fernandes fez o terceiro de cabeça, mostrando que a bola aérea ainda é uma arma forte do time. Logo depois, Érika, com sua qualidade inegável, acertou um chute colocado no ângulo, um verdadeiro golaço. E para fechar o placar, Ellen aproveitou um cruzamento da Isabela e só teve o trabalho de empurrar para o gol vazio.
Crítica Final: Vitória Satisfatória, mas Faltou a ‘Cereja no Bolo’
A vitória por 5x0 foi significativa e mostrou que o time está em evolução, com boas atuações individuais e um domínio absoluto em campo. Mas, para um time que precisava de um resultado expressivo, esse placar é frustrante. A sensação é de que faltou um pouco mais de ímpeto para transformar a superioridade em números.
No fim, não assumimos a liderança, mas o desempenho mostra que as Brabas estão se reencontrando, especialmente com o retorno de jogadoras como Lelê e a recuperação física de outras peças importantes. Para as fases eliminatórias, será preciso mais concentração e talvez um ajuste no poder de finalização. O time está no caminho certo, mas hoje, o "quase" ficou entalado na garganta.
Corinthians venceu, mas a missão ficou incompleta. Agora, é olhar para frente e buscar corrigir o que faltou para voltar a ser o time que impõe respeito e temível de sempre!
Que venha a Comebol Libertadores da América 2024!
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