O Corinthians entrou em campo na última rodada da fase de grupos da Libertadores Feminina 2024 com a missão de garantir a classificação contra o Libertad-PAR. A vitória de 3x1 foi construída com muita dedicação e superação, num jogo que não foi fácil. As Brabas tiveram que superar uma atuação física e desleal das adversárias, mas mostraram sua superioridade técnica e mental para buscar os três pontos.
Primeiro Tempo: Intensidade e Domínio
Logo no início, ficou claro o estilo de jogo do Libertad, que usou o físico para tentar intimidar as corinthianas. A marcação paraguaia era muito dura e abusava do uso de braços e cotovelos, dificultando a progressão ofensiva das Brabas. No entanto, o Corinthians não se intimidou e, aos 8 minutos, Ju Ferreira acertou um belo chute de fora da área para abrir o placar. A partir daí, o jogo tomou a direção que o time paulista queria.
Com o gol, as Brabas conseguiram controlar as ações, rodando a bola com paciência e tentando encontrar espaços para ampliar o placar. As paraguaias, por outro lado, tentavam sair jogando com lançamentos longos, mas a defesa corinthiana, muito bem postada, dominou essas tentativas sem sustos. As jogadas do Corinthians eram bem construídas, principalmente pelos lados do campo, com Yasmim e Paulinha levando perigo. No entanto, faltou um pouco mais de precisão na finalização para aumentar a vantagem.
A lesão de Vic Albuquerque aos 43 minutos foi um golpe duro para o time. A entrada forte que a tirou de campo poderia ter gerado um cartão vermelho para a zagueira adversária, mas a arbitragem optou por não puni-la com rigor. Com a saída de Vic, o Corinthians perdeu um pouco de dinamismo no meio e o primeiro tempo terminou em ritmo mais lento, com as paraguaias abusando das faltas.
Segundo Tempo: Pressão Paraguaia e Resposta Corintiana
Na volta do intervalo, o Libertad voltou com mais intensidade e, aproveitando um momento de desatenção da defesa corinthiana, empatou a partida aos 57 minutos. A bola foi enfiada entre a zaga e Lelê saiu afobada, facilitando a finalização da atacante adversária. O gol do Libertad deixou claro que o jogo não seria fácil e exigiria ainda mais concentração e calma das Brabas.
O Corinthians sentiu o golpe, mas, mesmo sem conseguir avançar nos primeiros minutos após o empate, o time de Arthur Elias (Lucas Piccinato) começou a se reorganizar. As mudanças realizadas no segundo tempo fizeram a diferença. A entrada de Gabi Zanotti trouxe controle e inteligência para o meio-campo, enquanto Eudimilla e Isabela deram novo fôlego e velocidade pelos lados. Aos 73 minutos, Jaqueline marcou o segundo gol em uma ótima jogada de infiltração, mostrando oportunismo e precisão.
Depois do segundo gol, o Libertad perdeu o controle emocional. As paraguaias passaram a recorrer ao anti-jogo, simulando faltas e parando as jogadas a todo instante, mas o Corinthians não caiu na provocação. Com a entrada de Duda Sampaio e Carol Nogueira, a qualidade técnica se manteve, e o terceiro gol veio aos 81 minutos. Após um erro grotesco da defesa adversária, Carol Nogueira rolou para Zanotti empurrar para as redes e definir o resultado.
Avaliação Individual das Jogadoras
12 - Lelê: Teve uma atuação tranquila no primeiro tempo, sem ser exigida. A partida estava sob controle, e as adversárias não criaram chances perigosas. No segundo tempo, porém, errou ao sair do gol de forma afobada no lance que resultou no gol do Libertad. Fora esse deslize, fez boas defesas e ajudou a manter a segurança defensiva quando pressionada.
21 - Paulinha: Foi a mais participativa defensivamente e ofensivamente no primeiro tempo, equilibrando bem suas funções de marcação e apoio ao ataque. Nos minutos que esteve em campo, realizou cortes importantes e fez boas subidas ao ataque. Saiu aos 63 minutos por desgaste, mas sua participação foi consistente enquanto esteve presente.
16 - Dani Arias: Jogou com segurança no primeiro tempo, conseguindo neutralizar as adversárias com tranquilidade. No segundo tempo, sofreu mais com a velocidade das atacantes paraguaias, mas manteve a calma e a boa leitura de jogo. Foi uma peça crucial para segurar a linha de defesa em momentos de pressão.
99 - Érika: Mostrou qualidade técnica, controle e posicionamento impecáveis. No segundo tempo, quando o Libertad buscou explorar mais a defesa, Érika demonstrou sua experiência para organizar o setor defensivo. Embora não tenha a mesma velocidade de antes, compensou com ótimo posicionamento e leitura tática.
71 - Yasmim: Combativa e intensa na defesa, além de contribuir muito bem nas subidas ao ataque, armando jogadas pelas laterais e buscando a Jaqueline e depois a Portilho com bons passes. No segundo tempo, manteve o mesmo ritmo, sendo uma das melhores na saída de bola e construção ofensiva.
28 - Ju Ferreira: A melhor em campo. No primeiro tempo, brilhou tanto defensivamente, recuperando bolas e lutando no meio-campo, quanto ofensivamente, marcando um golaço de fora da área. No segundo tempo, foi ainda mais crucial, ajudando a ditar o ritmo, equilibrar a força física no meio e garantindo a proteção à defesa. Agressiva na marcação e precisa nos passes, Ju demonstrou uma enorme entrega em todas as áreas do campo.
08 - Yaya: Cumpriu bem suas funções defensivas no meio-campo e foi responsável pela distribuição das jogadas. No primeiro tempo, foi fundamental no ritmo do jogo, dando suporte tanto na defesa quanto na transição ao ataque. No segundo tempo, já desgastada, acabou sendo substituída aos 73 minutos. Deixou uma ótima impressão com sua capacidade de equilibrar a equipe e ajudou no lance que resultou no gol da Jaqueline.
17 - Vic Albuquerque: Estava controlando bem as ações ofensivas e trazendo perigo com suas investidas até ser substituída aos 43 minutos, após sofrer uma entrada duríssima. Sua saída forçada foi uma perda, já que vinha articulando boas jogadas e dando dinâmica ao ataque.
10 - Gabi Zanotti (entrou aos 43 minutos): Entrou ainda no primeiro tempo e, como sempre, trouxe classe e qualidade na distribuição de jogadas. No segundo tempo, soube segurar a bola e ditar o ritmo das jogadas, confundindo as adversárias e marcando um belo gol para consolidar a vitória. Suas habilidades de proteção de bola dentro da área e precisão nos passes foram essenciais para a virada do time.
18 - Gabi Portilho: Foi esforçada e tentou o máximo ao jogar tanto pela direita quanto pela esquerda no primeiro tempo. Contudo, teve pouca efetividade e ficou isolada em muitos momentos. Saiu aos 73 minutos após um desempenho apagado no segundo tempo, onde também não conseguiu se destacar por conta da forte marcação paraguaia.
30 - Jaqueline: Fez um primeiro tempo abaixo do esperado, não conseguindo finalizar com qualidade. No entanto, no segundo tempo, ganhou destaque ao marcar um gol importante e recuperar a confiança. Lutou bastante e soube aproveitar a enfiada de bola precisa da Yaya para marcar. Saiu aos 81 minutos, mas teve um papel fundamental na construção da vitória.
14 - Millene: Brigou muito contra a defesa paraguaia no primeiro tempo e levou várias pancadas. Mesmo assim, se manteve firme e criou boas oportunidades. No segundo tempo, a defesa adversária continuou sufocando seus movimentos, e, desgastada, foi substituída aos 63 minutos.
Substituições:
11 - Eudimilla (entrou aos 63 minutos): Foi um sopro de energia no ataque. Com o apoio de Isabela e Zanotti, trouxe velocidade e dribles desconcertantes que abriram espaços na defesa adversária. Teve boas chances de marcar e foi uma das principais responsáveis pela pressão constante nos minutos finais.
6 - Isabela (entrou aos 63 minutos): Entrou muito bem, marcando de forma intensa e equilibrando a força física do meio-campo. Trouxe um novo ritmo defensivo e deu um bom suporte para que as jogadoras mais ofensivas pudessem se concentrar no ataque.
9 - Jheniffer (entrou aos 76 minutos): Voltou ao time depois de um longo período afastada por lesão e, mesmo sem ritmo de jogo, mostrou qualidade nas finalizações. Recebeu duas boas bolas e quase deixou sua marca. A presença de área e o posicionamento voltaram a ser seus pontos fortes.
27 - Duda Sampaio (entrou aos 76 minutos): Deu um toque de calma e precisão ao meio-campo, ajudando a controlar as ações nos minutos finais. Seus passes precisos garantiram uma posse de bola mais estável e ajudaram a travar o ritmo do Libertad quando tentavam pressionar.
77 - Carol Nogueira (entrou aos 81 minutos): Entrou com muita energia e velocidade, fazendo ótimas jogadas pela esquerda e sendo fundamental para o terceiro gol. Após um erro grotesco da defesa adversária, Carol demonstrou frieza e inteligência ao rolar a bola para Gabi Zanotti marcar. Sua entrada foi crucial para manter o ritmo e abrir ainda mais a defesa paraguaia nos minutos finais.
Resumo Geral: Força e Qualidade Superior
A vitória do Corinthians por 3x1 foi mais uma prova de que o time tem muita força mental e um elenco de alto nível. Mesmo com momentos difíceis no segundo tempo, as Brabas souberam se adaptar e responder com calma e precisão. As alterações funcionaram perfeitamente, mostrando que as opções de banco são capazes de manter o nível do jogo.
Destaques para Ju Ferreira, que dominou o meio-campo e foi o coração da equipe, e Gabi Zanotti, que voltou a mostrar toda a classe e experiência com um gol e uma atuação de alto nível. No entanto, o time ainda precisa ajustar a atenção defensiva para evitar erros como o que resultou no gol adversário.
Com a vitória, o Corinthians avança para a próxima fase da Libertadores Feminina com moral, mas sabendo que ainda há aspectos a serem melhorados. A qualidade técnica do elenco é inegável, mas manter a concentração e a intensidade será fundamental para continuar na luta pelo título.
Agora é foco total nos próximos desafios. As Brabas mostraram mais uma vez porque são um dos times mais temidos da América do Sul e seguem firmes na busca pela taça continental.
Comments