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"Empate no 1° jogo de mata-mata: Corinthians precisa ligar o sinal de alerta antes que seja tarde"


Análise Crítica: Red Bull Bragantino 1x1 Corinthians - Quartas de Final do Campeonato Brasileiro Feminino 2024


Na primeira partida das quartas de final do Campeonato Brasileiro Feminino, o Corinthians visitou o Red Bull Bragantino no Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, e saiu com um empate por 1x1. O resultado, ainda que equilibrado, deixou a sensação de que o time poderia ter feito mais, principalmente diante das falhas individuais e da falta de alternativas táticas evidenciadas ao longo do jogo.


Primeiro Tempo: Falhas e Recuperação Tardia


O jogo começou de forma desastrosa para o Corinthians. Logo nos primeiros minutos, a equipe foi pressionada pela insistência em sair jogando desde a defesa, o que resultou em dois erros consecutivos. O primeiro desses erros quase culminou em um gol, salvo pela recuperação da goleira Nicole. No entanto, na segunda oportunidade, o Red Bull Bragantino não perdoou e abriu o placar aos quatro minutos, em um chute que Nicole poderia ter defendido.


Após o gol, o Corinthians demorou a se encontrar em campo. Nervosas, as jogadoras erraram passes simples e não conseguiam criar jogadas ofensivas de qualidade. A pressão adversária e a falta de coordenação no meio-campo das Brabas tornaram o jogo complicado. A ausência de soluções efetivas, tanto na criação quanto na execução das jogadas, destacou a ineficácia do time nesse período.


Somente após os 30 minutos é que o Corinthians começou a demonstrar uma leve melhora, dominando a posse de bola e se estabelecendo no campo ofensivo, mas ainda sem causar grandes perigos. O empate veio aos 36 minutos, em uma rara jogada bem executada por Gabi Portilho, que cruzou para a cabeça de Jaqueline, empatando o jogo. Mesmo assim, os minutos finais da primeira etapa foram novamente dominados pelo Red Bull Bragantino, que quase ampliou o placar em pelo menos duas ocasiões, aproveitando a falta de organização defensiva do Corinthians.


Segundo Tempo: Persistência sem Criatividade


No segundo tempo, o Corinthians voltou com uma postura mais agressiva, pressionando a saída de bola do Red Bull Bragantino e dominando as ações nos primeiros 15 minutos. No entanto, a insistência em cruzamentos ineficazes, somada à falta de capricho na finalização, impediu que o time aproveitasse essa superioridade momentânea. A equipe adversária, por sua vez, soube explorar os erros corintianos, principalmente nos momentos em que as Brabas recuavam a bola para as zagueiras, resultando em oportunidades de contra-ataque.


As substituições realizadas ao longo do segundo tempo não surtiram o efeito desejado. Carol Nogueira entrou para dar mais profundidade ao time, mas não conseguiu criar jogadas de perigo significativas. Millene, que substituiu Jaqueline, pouco participou, em grande parte devido ao cansaço coletivo da equipe. As entradas de Eudimilla e Fernanda já nos minutos finais também não alteraram o panorama da partida.


Avaliação Individual das Jogadoras - Red Bull Bragantino 1x1 Corinthians


Nicole (1): A goleira teve uma atuação abaixo do esperado. Cometeu duas falhas graves, uma na saída de bola que quase resultou em gol e outra no gol sofrido, onde poderia ter feito uma defesa. No segundo tempo, mostrou alguma melhora, especialmente ao perceber que precisava mudar a forma de sair jogando, mas os erros iniciais pesaram.


Letícia Santos (2): Defensivamente, Letícia foi sólida e conseguiu neutralizar boa parte das investidas adversárias pelo seu lado, mesmo sobrecarregada e com pouca ajuda. No entanto, quando tentou apoiar o ataque, cometeu pequenos erros que comprometeram sua eficiência no setor ofensivo.


Dani Arias (16): Teve uma atuação de altos e baixos. Foi importante nos desarmes e nas coberturas defensivas, mas sua dificuldade em sair jogando e as faltas desnecessárias prejudicaram o desempenho da equipe, especialmente porque jogou pendurada com um cartão amarelo. No segundo tempo, defensivamente foi mais segura, mas os problemas na saída de bola persistiram.


Mariza (20): No geral, Mariza foi eficiente nos desarmes e nas coberturas, mas cometeu erros importantes ao tentar passes longos, que deram oportunidades de contra-ataque ao adversário. Defensivamente, foi sólida, mas, assim como Dani Arias, teve dificuldades ao tentar sair jogando, o que comprometeu a transição da equipe.


Paulinha (21): Improvisada na lateral direita, Paulinha enfrentou um grande volume de jogo pelo seu lado, o que dificultou sua atuação, especialmente no primeiro tempo. No segundo tempo, conseguiu se ajustar melhor, apoiando mais o ataque e mostrando evolução, mas ainda assim enfrentou dificuldades defensivas devido à sua condição de ser canhota jogando na direita.


Yaya (8): Teve uma atuação discreta, onde se destacou mais pelos desarmes no segundo tempo. No primeiro tempo, ficou escondida e errou em momentos cruciais. Quando finalmente começou a contribuir mais no ataque, o cansaço e uma possível lesão a obrigaram a ser substituída.


Ju Ferreira (28): Ju Ferreira foi uma das jogadoras mais consistentes em campo. No primeiro tempo, encontrou dificuldades para se posicionar, mas ainda assim conseguiu desarmar e participar da construção das jogadas. No segundo tempo, foi a melhor em campo, desarmando bem e conduzindo as jogadas de ataque com eficiência.


Duda Sampaio (27): Duda teve uma atuação muito abaixo do esperado. No primeiro tempo, errou quase tudo o que tentou, sendo a pior em campo. No segundo tempo, foi colocada em uma posição que não é a sua característica (falsa centroavante) e não conseguiu contribuir, além de errar em bolas paradas e demonstrar cansaço extremo na reta final.


Vic Albuquerque (17): Vic se destacou pela entrega em campo, mesmo tendo que voltar muitas vezes para ajudar na marcação e na construção das jogadas. No segundo tempo, tentou jogar mais recuada, o que foi positivo, mas o cansaço acumulado afetou sua performance, e sua substituição tardia deixou a equipe sem energia nos minutos finais.


Jaqueline (30): Jaqueline teve dificuldades no primeiro tempo ao jogar isolada na ponta, mas marcou o gol de empate em uma das poucas chances que teve. No segundo tempo, quando foi deslocada para a posição de centroavante, lutou muito, mas teve poucas oportunidades de finalização, principalmente devido ao tipo de jogo adotado pela equipe.


Gabi Portilho (18): Gabi foi muito individualista e errou bastante ao tentar jogadas pessoais. No entanto, a assistência para o gol de Jaqueline foi um ponto positivo. No segundo tempo, ficou mais isolada na ponta e perdeu eficiência à medida que o cansaço foi se acumulando.


Substituições:


Carol Nogueira (77): Entrou para dar mais profundidade ao ataque, mas não conseguiu criar chances de perigo significativas, embora tenha tentado algumas finalizações a gol.


Millene (14): Substituiu Jaqueline e teve pouca participação, principalmente devido ao cansaço coletivo da equipe. Não conseguiu fazer diferença no jogo.


Fernanda (22) e Eudimilla (11): Entraram nos minutos finais e pouco contribuíram, sem participações relevantes.


Conclusão: Desempenho Aquém do Esperado


O empate por 1x1 pode parecer justo pelo futebol apresentado em campo, mas foi um resultado que ficou abaixo do que o Corinthians pode e deve entregar. O time apresentou uma série de falhas individuais, desde a defesa até o ataque, e uma evidente falta de criatividade para encontrar soluções alternativas ao jogo pelos lados e cruzamentos. O desempenho defensivo das Brabas, especialmente nos momentos em que tentaram sair jogando, quase entregou a vitória ao Red Bull Bragantino.


Para o próximo confronto, é fundamental que o Corinthians corrija esses erros, reencontre a confiança e a organização tática que caracterizam a equipe, e utilize melhor as suas peças ofensivas, explorando outras alternativas de jogo além dos cruzamentos. Somente assim poderá avançar às semifinais e manter viva a busca por mais um título.

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