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Timão das Copas, ora pois...

A derrota do último sábado, de virada, para o Ceará-CE lá na Arena Castelão, me deixou preocupado e esperançoso ao mesmo tempo. O futebol burocrático do meio-campo, principalmente pela atuação péssima do armador sem articulação de jogo Giuliano, o impedimento do lateral-direito Bruno Mendez, que não ultrapassa a linha demarcadora da metade do gramado, a mudança de posição de Roger Guedes para o meio dos zagueiros quando, enfim, o escalam na dele, a entrada de Xavier no lugar de Giuliano e o oportunismo destrambelhado do “centroavante” Roni, são fatores extremamente preocupantes. Na minha concepção de jogo, articulador não pode se esconder da partida, lateral precisa avançar, jogador decisivo é posicionado no lugar em que mais rende, cabeça de área não entra na posição de meio-campista habilidoso em derrota e não é o segundo volante que deve finalizar como “camisa 9” toda hora. Tal sequência gritante de erros só poderia resultar na perda dos três pontos depois do alvinegro cearense finalizar cinco ou seis vezes e fazer três gols.

Apesar da enormidade de equívocos e de uma noite de futebol ausente, procurei colher algo positivo do que vi no último sábado. As chegadas de Roni à área foram positivas, pois embora eu não concorde que ele precise ser o responsável pelas finalizações, vejo que o moleque tem desempenhado bom futebol após ser perseguido por parte da "Fiel Rede Social", famosa difusora da não menos famigerada frase "fulano de tal não dá". De todo o jogo, isso foi o que consegui considerar como construtivo. No entanto, a possibilidade de “largar” o Campeonato Brasileiro e considerar o nacional para dar ritmo de jogo à sequência do Timão nas copas, ou nas taças, como diz-se em Portugal de Vítor Pereira, pode ser uma saída.


Lucas Figueiredo/CBF

Vamos aos fatos: o Timão está nas quartas de final da Copa do Brasil e hoje soube quem vai enfrentar na atual etapa. O sorteio colocou o Atlético-GO no caminho alvinegro e o Corinthians define a classificação em casa, na nossa Neo Química Arena. As partidas devem ocorrer nos dias 27 ou 28 de julho (ida) e 17 ou 18 de agosto (volta). A rentabilidade financeira da competição pode auxiliar e muito a equilibrar o caixa do clube. Além da bolada de 80 milhões na premiação total à equipe campeã, a chance de vencer a competição nacional pela quarta vez na história seduz a Fiel Torcida. O tetra escapou em 2018 quando o Cruzeiro levou o título após erro crasso de Wagner do Nascimento Magalhães (WNM). O apitador deu falta de Jadson em Dedé, o simulador, que acusou contusão depois de ver a bola dentro do gol em lance genial de Pedrinho e anulou o tento, ação arrefecedora do ímpeto corinthiano pois o time ainda precisava de mais um gol além do invalidado e iria para cima dos mineiros para fazer outro e conquistar o troféu. O mesmo WNM também interrompeu a trajetória corinthiana em 2020, ao marcar pênalti para o América-MG no lance em que a bola bate na mão de Lucas Piton, no entanto o lateral-esquerdo está correndo de costas para a pelota quando há o contato dela com o braço do jogador. Em 2022, depois de 12 anos sem levantar tal taça, a Fiel deve lotar a Neo Química Arena para fazer valer o fator casa deveras decisivo a favor do Coringão, pois como diria Dr. Sócrates “a torcida do Corinthians joga”.


Já na Libertadores da América, o próximo adversário é o Flamengo-RJ. O Coringão encara os cariocas em dois jogos válidos pelas quartas da competição continental (dias dois e nove de agosto) e decide a classificação no Maracanã em mais um grande clássico da história envolvendo as duas maiores torcidas do Brasil. O recheado elenco carioca está reforçado do meio-campista Arturo Vidal, do atacante Everton Cebolinha e ainda deve ter mais gente contratada para a sequência da temporada (falaram até em Oscar que fez o um dos 7 x 1...). Por nossa vez, o Corinthians também agiu rápido e, além de garantir as contratações do atacante Yuri Alberto e a volta do zagueiro Fabian Balbuena, repatriou Ramiro, Mateus Vital, Léo Natel, mas não deve parar por aí. O Timão ainda tenta contratar um meio-campista (o nome é o do argentino Fausto Vera) e vai poder escalar jogadores recuperados de lesão. Já na partida desta quarta-feira ante ao Coritiba-PR pelo Campeonato Brasileiro, Vítor Pereira deve ter os retornos de Cássio, Fagner, Maycon, Willian, além de aguardar o retorno dos contundidos (e do futebol de) Renato Augusto e Junior Moraes para os próximos embates. Além disso, tenho a impressão de quem avançar da batalha entre Corinthians x Flamengo vira grande favorito para ir a finalíssima. Entre os brasileiros e os argentinos possíveis adversários das semifinais, nem Vélez Sarsfield e tampouco Talleres vencem os brasileiros.


Voltando à campanha do Timão pelo Brasileirão e às minhas esperanças, acredito e muito na vitória contra o Coritiba-PR amanhã, na rodada de número 18. Isso significaria a soma de mais três pontos, totalizando 32 e, dependendo dos demais resultados, a retomada da segunda posição. No início da trajetória da comissão técnica portuguesa, achei que pudéssemos formar dois times para a disputa do Campeonato Brasileiro. Estamos bem até agora e acredito que vamos assim até o final, sem deixar tanta margem para os adversários, jogando com naturalidade para permanecer no pelotão de cima. Hoje, além disso, considero a possibilidade, como medida útil, dar prioridade às copas. Explico: os jogos (dificílimos) do segundo turno do nacional podem servir para dar ritmo de jogo ao plantel corinthiano, o que faria Vítor Pereira dar mais foco no pouco tempo de treino, rodar o elenco, somar a pontuação necessária para ficar entre os cinco ou seis primeiros. Isso poderia até reduzir uma certa pressão na competição de pontos corridos e ajudaria a preparar o time para os principais enfrentamentos dos próximos trinta dias: o jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil contra o Atlético-GO e os dois da mesma fase, válidos pela Libertadores, contra o Flamengo-RJ. Continuemos torcendo! Vai, Corinthians!

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