O Corinthians Feminino sempre foi uma referência no futebol feminino brasileiro, conhecido por seu jogo envolvente, taticamente superior e pela consistência em competições nacionais e internacionais. Sob o comando de Lucas Piccinato, no entanto, a temporada de 2024 tem sido uma decepção amarga, manchando anos de trabalho árduo e sucesso.
O que antes era um time coeso, capaz de dominar o jogo com posse de bola, criatividade e eficiência, agora se transformou em uma equipe apática, sem identidade e, o que é pior, sem a confiança que sempre foi sua marca registrada. É impossível ignorar como tudo o que era bom simplesmente evaporou sob a gestão de Piccinato. O estilo de jogo, que já foi um dos mais atraentes do futebol feminino, tornou-se previsível, enfadonho e, muitas vezes, desorganizado.
As jogadoras, que antes brilhavam individualmente e como coletivo, agora parecem sombras do que eram. A falta de evolução tática e as decisões questionáveis do treinador têm sido evidentes. Não se trata apenas de uma má fase, mas de um problema estrutural que vem sendo ignorado. Erros recorrentes na escalação, substituições que não trazem impacto e uma incapacidade flagrante de reagir a adversidades mostram um treinador que parece não estar à altura do desafio.
Além disso, a postura de Lucas Piccinato em entrevistas tem sido igualmente preocupante. Após o jogo contra o Avaí Kindermann, em vez de assumir a responsabilidade pelo desempenho abaixo do esperado, ele optou por transferir parte da culpa para o elenco. Ele sugeriu que as jogadoras, que deveriam ser tratadas como peças fundamentais a serem potencializadas, eram, em parte, responsáveis pelos resultados negativos. Esse tipo de atitude não condiz com a de um líder eficaz. Jogar a culpa nas jogadoras em um momento de crise apenas mina a confiança do grupo e mostra uma falha grave na capacidade de gestão do treinador.
Lucas Piccinato precisa entender que estar à frente de um time como o Corinthians Feminino exige mais do que simplesmente comandar treinamentos e jogos. Exige visão, capacidade de adaptação, e, acima de tudo, responsabilidade. Transferir a culpa para as jogadoras, que já enfrentam pressão constante, é um sinal de fraqueza e falta de liderança. O que já não era bom no início da temporada agora se tornou desesperador, e o que era excelente desapareceu por completo. A torcida, que sempre apoiou o time incondicionalmente, começa a perder a paciência, e com razão.
As peças fundamentais do time, que em anos anteriores faziam a diferença, hoje sofrem com a falta de orientação clara e com a pressão de carregar um time que parece estar perdido em campo. A defesa, que já foi sinônimo de solidez, agora é vulnerável. O ataque, antes implacável, se arrasta em tentativas frustradas. O meio-campo, onde antes o jogo fluía com naturalidade, agora se vê travado, sem criatividade ou visão.
É hora de ligar o sinal de alerta, não apenas para as jogadoras, mas principalmente para o treinador. Porque se o bom futebol não retornar, o legado de excelência do Corinthians Feminino estará em sério risco.
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